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Globalização, a nova pátria virtual

Globalização, a nova pátria virtual

Globalização, a nova pátria virtual

Nenhum homem é uma ilha.

John Donne

Diferenças ideológicas dissipam-se quando confrontadas com a crescente consciência de que a Terra está cada vez mais plana, sem barreiras, globalizada. É o lugar comum dos humanos, independente das diferenças culturais, onde cresce exponencialmente práticas homogêneas em busca de bem-estar e qualidade de vida. Essa compreensão é vital para compartilhar o planeta com um novo código de conduta em que a ética prevalece e no qual haja desenvolvimento bem dosado e equitativo da sociedade, de forma a beneficiar a maioria da população.

Ao longo da história, as fronteiras dos países já foram redesenhadas diversas vezes. As desavenças atuais já não são mais focadas em territórios geográficos, mas sim em territórios econômicos. O que proporciona sucesso econômico em mercados globais interligados não é mais o PIB, mas o domínio econômico gerado não dentro de um dos 243 países do globo, mas em uma área de negócio, uma atividade econômica global como a indústria automobilística.

A integração global é um fenômeno capitalista extremamente complexo, que teve início na Revolução Industrial e se acentuou após a Segunda Guerra Mundial, por meio de mecanismos diplomáticos e comerciais para aproximar países e impedir uma nova guerra, quando foi criada a ONU e surgiu o conceito de blocos econômicos.

A globalização refere-se a quatro fenômenos interpostos parcialmente, que denotam a emergência e a crescente percepção de problemas globais que afetam toda a humanidade: mudanças climáticas causadas pelas emissões de GEE; pandemias como a Aids e dependência de drogas; terrorismo; e exclusão social.

O fato é que o mundo encolheu, aplainou-se e caminha para ser menor e com terrenos cada vez mais planos e livres de obstáculos e barreiras para ser compartilhado. O principal agente dessa mudança a favor da integração global é a capacidade de os indivíduos de todos os credos e raças colaborarem e concorrerem no âmbito mundial.

O vetor de alavancagem que permite que os indivíduos e grupos se globalizem com grande facilidade e de forma tão uniforme são os novos aplicativos (softwares), conjugados à web, que converteu todos os habitantes do planeta em vizinhos.

Pátrias fechadas em ilhas, como Cuba (literalmente uma ilha), Coréia do Norte e mais recentemente alguns países sul americanos privam seu povo do compartilhamento das benesses da inteligência humana global. O atraso leva anos, décadas para ser recuperado.

Com todos os seus vícios, o processo de globalização produz em seu balanço final mais pontos positivos que déficits. Viver em uma ilha, isolado de tudo e todos, só Robinson Crusoé e, mesmo assim, a contragosto. Viver em pátrias virtuais enriquece a alma.