Benefícios da compostagem e dá orientações para fazer em casa

Processo oferece benefícios para o meio ambiente e para quem cultiva horta em casa.

A compostagem, processo que transforma lixo orgânico em adubo, oferece inúmeros benefícios para o meio ambiente, como a destinação correta dos resíduos e o aumento da vida útil dos aterros sanitários.

A técnica também apresenta vantagens para quem tem horta em casa.

Por meio da produção caseira do adubo natural, fica ainda mais fácil oferecer nutrientes aos vegetais cultivados em casa e melhorar a alimentação. Para isso, as composteiras caseiras são uma ótima opção, segundo o engenheiro agrônomo Arian Cordeiro, de São José do Rio Preto (SP).

"Para quem tem sua própria horta em casa, é um fato comprovado que as composteiras caseiras ajudam a proporcionar uma alimentação mais saudável devido à origem de alimentos mais frescos e variados."

Compostagem com minhocas

Segundo Cordeiro, as minhocas aceleram o processo de compostagem pois digerem a matéria orgânica. Além disso, quando o minhocário é bem cuidado, não emite mau cheiro.

Confira o passo a passo para construir uma composteira caseira:

1. Serão necessários três recipientes com tampas, sendo caixas plásticas ou baldes de 15 a 20 litros, que possam ser empilhados. Os dois recipientes de cima devem ter furos nas tampas para que a umidade passe entre as caixas;
2. O segundo passo é colocar de 100 a 200 minhocas no recipiente do topo. Segundo o especialista, são usadas, em geral, minhocas californianas;
3. O terceiro passo é separar o lixo orgânico que será usado no processo. São indicadas cascas de legumes, pedaços de frutas, cascas de ovo e restos de vegetais, por exemplo. Alimentos como carnes, queijos e alimentos muito ácidos devem ficar de fora;
4. Após separado, o lixo orgânico que será usado deve ser despejado na caixa com as minhocas. De acordo com o agrônomo, borra de café também pode ser usada para facilitar o processo;
5. Depois de misturar os alimentos e as minhocas, é necessário cobrir a mistura com serragem, folhas, galhos secos, grama seca ou palha, de modo a manter a umidade do recipiente. Também pode ser usada terra na mistura. Depois, basta fechar a tampa para que as minhocas comecem a agir;
6. Assim que ficar cheia, a caixa do topo vai para o segundo andar, onde, por cerca de dois meses, as minhocas vão trabalhar na digestão. O recipiente que estava no meio, então, passa para o topo para receber novos restos de comida;
7. O resultado do processo é um líquido escuro, rico em nutrientes e livre de bactérias, que vai escorrer para a caixa da base, onde ficará armazenado. O chorume, como é conhecido, deverá ser coletado e diluído em água. Ele servirá de adubo e pesticida às plantas e pode ser aplicado com um borrifador;
8. Por fim, segundo Cordeiro, à medida que os alimentos da caixa do meio são absorvidos, as minhocas vão para o topo em busca de mais alimento. No recipiente intermediário, então, ficará o adubo orgânico pronto para ser usado em jardins e vasos.

“Lembrando que quanto mais diversificado for o seu lixo, mais rico será o adubo”, destaca o especialista. O agrônomo também explica que não é necessário regar a mistura, pois o lixo orgânico tem sua própria umidade.

Compostagem sem minhocas

De acordo com o agrônomo, os dois processos são quase os mesmos, mas quando não são usadas minhocas, a mistura pode incluir casca de alho e cebola.

O desenvolvimento do adubo sem a ação dos animais, contudo, tende a ser mais lento e pode provocar mau cheiro e é comum que a falta de oxigenação no processo gere mofo.